terça-feira, 24 de abril de 2012


RESENHA CRÍTICA: McDOWELL, J. Os Adolescentes Falam. Candeia, 2ª Ed. São Paulo, 1997.

Resumo:
Os adolescentes falam, é um livro fascinante que trata sobre a sexualidade do adolescente. Este livro é diferente dos outros porque não são apenas conceitos escritos por um autor, foi escrito por adolescentes por meio de questionários, entrevistas e dissertações. Os adolescentes trataram sobre: O que eu gostaria que meus pais soubessem sobre minha sexualidade. O autor Josh Mcdowell, fala para os pais que erraram na criação de seus filhos que não desistam de lutar. Este livro é próprio para pais e adolescentes. É dividido em quatro seções, estas: O que está acontecendo em meu mundo; Como você pode guiar-me através do meu mundo; Sexo: praticar ou não;  Ensaios: abrindo seus corações.
Na primeira seção é mostrado como nós descobrimos o que eles realmente pensam a respeito do sexo e suas necessidades emocionais. Vimos nesta seção muitos testemunhos de adolescentes que se entregaram ao sexo pré-conjugal como forma de encontrar satisfação para suas necessidades emocionais. Vimos que eles desejam sentirem-se amados e aceitos pelos pais, e a maioria dos pais não compreende o quão importante é essa satisfação emocional. Os adolescentes possuem impulsos sexuais fortes, o que é bastante normal para essa idade. Em vista destes impulsos e da pressão do grupo; eles sentem-se pressionados a fazerem sexo a fim de encontrar a aceitação e segurança que o grupo lhe oferece. Quando estão com o parceiro, ficam muito próximos da linha de pressão, que são frases usadas em ocasiões oportunas, a fim de manipular o parceiro a fazer sexo. São estas algumas das frases: você faria se me amasse; deixe-me provar quanto gosto de você; quero fazer amor com você. Os adolescentes acabam se entregando com medo de perder o namorado. Há também a influência da mídia, que mostra o sexo como algo normal para se fazer a qualquer hora e com qualquer pessoa. Outra coisa que pressiona o adolescente a praticar sexo é a educação sexual nas escolas. Hoje, eles sabem de todas as informações que precisam para fazer sexo bem cedo e ainda recebem preservativos. A responsabilidade da educação sexual do filho é dos pais e não da escola, portanto, os pais precisam cumprir seu papel nesta área.
A segunda seção é bem prática para os pais, mostrando o que eles devem fazer para guiar o seu filho adolescente no mundo dele. Os pais precisam entender a necessidade de relação íntima que o adolescente tem. É estritamente necessário que os pais se amem e demonstrem seu amor um pelo outro. Em um lar onde reina o amor, o adolescente sente-se seguro e amado. Outra coisa essencialmente importante é que os pais demonstrem amor pelo seu filho sempre. Nesta seção, o que mais vimos são testemunhos de adolescentes insatisfeitos com a falta de comunicação dos seus pais. Eles reclamam que seus pais nunca param para ouvi-los, e quando o fazem, estão mais interessados em reclamar do que em compreender. Além do compreender, o pai precisa mostrar que confia no seu filho. O adolescente precisa aprender a tomar suas próprias decisões, a crescer sozinho sob as orientações dos pais no início. A busca pela aceitação é intensa, e eles geralmente encontram essa aceitação no namorado (a), que muitas vezes exige o sexo em troca, mas quando se entregam, percebem que aquela aceitação era falsa. O divórcio dos pais interfere bastante na vida dos filhos, pois eles sentem-se culpados pelo que aconteceu e o resultado é o envolvimento sexual como forma de chamar atenção dos pais. O que vai direcionar a vida do adolescente na área sexual e fazê-lo ficar firme para não cair, é a educação cristã que receberam em casa, o estudo bíblico em um lar arraigado no Senhor. Os pais precisam amar seus filhos, ensinar-lhes nos caminhos do Senhor e sempre manterem uma boa comunicação.
Esta terceira seção foi muito interessante de se ler. Nela, o autor mostrou 51 razões que os adolescentes mostram para fazer sexo antes do casamento, 47 razões para esperar pelo casamento e 37 maneiras de dizer não, sempre utilizando testemunhos de adolescentes. Entre as 51 razões para fazer sexo, que eles colocaram estão: É audacioso, busca de aceitação e identidade, pressão do grupo, curiosidade, uma expressão de amor, para não perder o namorado, rebelião e porque estão cansados de esperar. Entre as 47 razões para esperar, temos: Deus ordena que sejamos puros, o sexo pré- conjugal prejudica seu andar com Deus, baixa a auto-estima, deixa cicatrizes, interrompe a comunhão no relacionamento e a espera produz verdadeira satisfação na noite de núpcias. Gostei bastante destas razões e da importância de guardar-nos somente para o futuro cônjuge, como sendo o melhor presente. Das 37 maneiras de dizer não que foram sugeridas pelos próprios adolescentes, podemos destacar: Controle o seu próprio corpo; Desenvolva um conjunto de convicções; Não assista televisão ou filmes que tratem de temas sexuais; Namore só quem tenha convicções semelhantes às suas e tome um compromisso diante de Deus.
A quarta seção é como se fosse uma conclusão do livro. São testemunhos de jovens que se envolveram sexualmente na adolescência e hoje estão sofrendo as conseqüências. O testemunho de uma adolescente de 13 anos que se sentiu forçada a demonstrar seu ‘amor’ ao namorado mais velho, que ameaçava dizendo que se ela não aceitasse, ele a deixaria. Outro testemunho é a história de uma moça que fez sexo com o namorado porque não encontrava amor e aceitação por parte do pai, só no namorado que em troca exigia o sexo. O último é o de um rapaz cristão que se envolveu com sexo logo cedo e sofreu grandes conseqüências, quando a moça engravidou. Por fim, encerro com o conselho que aquele jovem deu: Fui um tolo, você não precisa ser!

Crítica:
Gostei muito deste livro, da forma em que ele foi escrito. Ele é interessante para os adolescentes e mais ainda para pais e mestres lerem, a fim de abrir os olhos quanto a este problema na vida do adolescente. A única observação que posso fazer é que tem capítulos em que só há testemunhos e acho que nestes capítulos o autor poderia ter dado o fechamento com as palavras dele. A razão é que sempre é bom ler vários exemplos, mas depois uma conclusão que uma estes exemplos. Mas amei este livro.

Aplicação:
A aplicação no ministério com adolescentes é na área do aconselhamento. Aprender a lidar com o adolescente, ouvindo e não criticando. Também posso aplicar na minha própria vida, principalmente a terceira seção que traz coisas práticas para aprendermos a dizer não ao sexo pré-conjugal. Aconselho a leitura deste livro para pais e adolescentes, e também para as aulas de educação cristã para adolescentes!

AUTORIA: Ana Talita Brito de Medeiros Farias

RESUMO: DRESCHER, JOHN M. Sete Necessidades Básicas da Criança. São Paulo, Mundo Cristão: 1999.

Este é um excelente livro, escrito principalmente para pais e professore de escola dominical, mas também é uma rica fonte para qualquer pessoa que deseje satisfazer as reais necessidades da criança. Divido em sete capítulos, cada um mostrando uma necessidade que a criança possui. Quero abrir um espaço para dizer que o último capítulo “As Crianças Precisam de Deus” deveria ser colocado no início do livro. Claro, eu sei que os capítulos não estão em ordem de importância, as é interessante colocá-lo no início.
            As crianças precisam de um sentido de significado é o primeiro capítulo, o qual procura mostrar que cada criança é uma pessoa em particular e precisa ser considerada como tal. Precisa ser chamada pelo nome, é necessário que demos espaço para que ela aprenda o que deseja e jamais devemos tomar decisões simples que elas podem tomar por conta própria. O autor mostra que ás vezes os pais te vergonha das idéias dos filhos ou acham que eles não tem capacidade de responderem nada, e até em entrevistas dos próprios filhos, eles não deixam a criança falar.
            As crianças precisam de segurança é o segundo capítulo e neste ele dá um exemplo de um rapaz por nome Joel que nunca teve segurança em casa e acabou enveredando-se por caminhos tortuosos. O autor mostra quais são as causas de falta de segurança no lar, e quando diz segurança não diz proteção a bandidos, com cerca elétrica, cachorro, etc., não! Ele diz segurança emocional e espiritual, que podemos substituir pela palavra estabilidade. Conflitos entre os pais constantemente, falta dos pais e falta de disciplina são os principais fatores que causam desestabilidade do lar. Para que a criança possa ter segurança, é necessário que os pais evitem estes erros.
            As crianças precisam de aceitação é um capítulo muito interessante por mostrar que diversas vezes não só pais, mas professores também podem cair no erro de criticarem muito a criança, de levar uma criança ao ridículo e de fazer comparações mesquinhas dela com outra criança. Essas atitudes fazem com que a criança desenvolva sentimentos de inferioridade, de fracasso e acabem se fechando para o mundo, sem coragem de enfrentá-lo.
            As crianças precisam amar e ser amadas é o tema do nosso quarto capítulo e é muito interessante, pois a maioria dos pais podem dizer que amam seus filhos, mas o que o autor aborda não é se os pais amam, mas sim se os filhos sabem desse amor. O amor deve ser um companheirismo dia-a-dia, de forma verbal e também com ações. Quem ama uma criança toma tempo com ela e expressa verbalmente esse amor.
            As crianças precisam de elogios pode ser um capítulo contrastado com o terceiro, o qual mostra os pais e mestres que criticam uma criança e levam-na ao ridículo. Ele enobrece ainda mais a idéia de que uma criança precisa ser elogiada pelo que faz, e sabemos que isso é um contraste com ser criticada. Também mostra que esse elogio não é das coisas que a criança não tem poder, como: Seus cabelos são tão lindos! Seus olhos azuis são maravilhosos! Estes elogios devem ser das ações da criança, para que tenha a intenção de moldar suas ações para melhor, e não para engrandecê-la por aspectos físicos.
            As crianças precisam de disciplina é um capítulo do livro, mas como diz o autor, esse tema está norteando todos os demais capítulos. Enfatiza a questão que a criança precisa aprender a honrar seus pais, e é dever dos pais inculcar isso na criança desde cedo. As regras dentro do lar devem ser regulares, persistentes, para que a criança sinta segurança. A disciplina precisa ser uma conseqüência do amor dos pais pelos filhos, e não uns castigos pelos filhos terem quebrado o ego dos pais.
            As crianças precisam de Deus é o último capítulo, ou a última necessidade da criança que o autor aborda. É dos pais a responsabilidade de educar seus filhos no temor do Senhor, e para isso os pais precisam ter temor ao Senhor e andar em comunhão com Ele.
            Ele encerra o livro trazendo dois apêndices aos pais: Um questionário aos pais a respeito de permissividade e o outro é uma tabela de características de cada idade da criança.
            Quero encerrar com uma parábola que o livro traz no capítulo sete a respeito da forma correta de levar uma criança a Deus:
Tomei uma criança pela mão para levá-la ao pai. Meu coração estava cheio de gratidão pelo alegre privilégio. Andamos devagar. Moderei meus passos pelos dela. Falamos das coisas que a criança ia notando.
Algumas vezes era um dos pássaros do Pai: Observamos quando construía seu ninho e vimos os ovos que nele depositava. Conversamos depois sobre os cuidados que ele tinha com os filhotes.
Outras vezes apanhávamos as flores do Pai e acariciávamos as pétalas macias, apreciando suas lindas cores. Com freqüência contávamos histórias do Pai. Eu as contava à criança e ela para mim. Nós contávamos uma para a outra essas histórias, repetidamente. De tempo a tempos parávamos, encostando nas árvores do Pai e deixando que o ar feito por Ele refrescasse nosso rosto, sem falar.
E então ao fim do dia, encontramos o Pai. Os olhos da criança brilharam. Ela olhou com amor, confiança e alegria para a face do pai, colocando sua mão na mão dEle. Naquele momento fui esquecida. E me alegrei. (p. 102-103)


AUTORIA: ANA TALITA BRITO DE MEDEIROS

sexta-feira, 13 de abril de 2012

O Ministério da Esposa do Pastor: Co-Pastora ou Auxiliadora?


Este artigo é um resumo da monografia apresentada ao
Seminário e instituto Batista Bereiano, em 2009.
Ana Talita Brito de Medeiros Farias


1      INTRODUÇÃO


     Pouco se tem escrito sobre a esposa do pastor, será que é porque ela não é importante? Com certeza não é por isso, pois esta mulher tem uma grande importância, uma vez que ela é um só corpo com o pastor. Não sabemos os motivos, mas supomos que a necessidade de publicações nesta área ainda não foi percebida, embora saibamos o quão necessário seja. Muitas indagações têm surgido sobre esta mulher: Ela tem que ser comissionada para o ministério junto com o marido, ou não? E na igreja, ela precisa ter vários dons? Precisa exercer vários cargos? É necessário que ela tenha todas as aptidões, como saber cantar, tocar e ser uma boa dirigente? Afinal, quais devem ser suas prioridades? Foram estas perguntas que me impulsionaram a escolher esse assunto para a minha monografia. O objetivo geral deste trabalho é esclarecer um pouco as indagações a respeito do chamado, dos dons e habilidades e das prioridades da esposa do pastor, para auxiliar tanto a mim, quanto às mulheres que já estão vivendo essa realidade e também às futuras esposas de pastores.


2      O Chamado da Esposa do Pastor


2.1. Tipos de chamado

Este assunto é muito importante para a esposa do pastor, uma vez que ela precisa entender o que é chamado e quais os tipos de chamado que existem para então ela saber aplicar à sua pessoa. MacArthur nos informa que há vários tipos de chamado, e o primeiro deles é o chamado para a salvação. Em 2 Coríntios 13.5, diz que precisamos examinar a nós mesmos, a fim de sabermos se estamos na fé. Uma esposa de pastor, antes de tudo, precisa receber este chamado para a salvação e ser verdadeiramente crente em Cristo Jesus.
Após a salvação, todos os crentes recebem outro chamado, que é o do serviço cristão (Efésios 2.10). Este serviço deve ser executado por meio dos dons que o Espírito Santo concede a cada um. A esposa do pastor, que é crente em Cristo Jesus, recebe também o chamado para o serviço por meio do seu dom, como também a tarefa de levar o evangelho a toda criatura.
Além destes dois chamados, Deus concede a alguns homens, o chamado para a liderança da igreja, ou chamado ministerial (MACARTHUR, 2004). Estes homens são os pastores, que cuidam das ovelhas e as lideram. A liderança da igreja foi concedida somente a homens, portanto a esposa do pastor não pode ter recebido este tipo de chamado, tendo em vista que ela é mulher.
Estes são os tipos de chamado que encontramos na Bíblia, onde o último é concedido ao pastor. Vamos verificar agora duas visões a respeito do trabalho da esposa do pastor.

2.2 CHAMADA para auxiliar o marido

Para iniciarmos esta discussão, precisamos antes entender qual o propósito de Deus ao criar a mulher, pois isto baseará nosso entendimento quanto ao chamado da esposa do pastor. Em Gênesis 2.18, encontramos o relato da razão de Deus criar a mulher. Este texto diz que Deus viu que não era bom que o homem estivesse só, então lhe fez uma auxiliadora idônea.  A mulher desde a sua criação sempre teve um papel muito importante na vida do homem, pois ser uma auxiliadora idônea não é nada fácil. A esposa do pastor é auxiliadora do seu marido, ou seja, ela é responsável para ajudar seu esposo, para que o mesmo desenvolva seu ministério.    A mulher não é chamada para ser pastora, uma vez que a Bíblia proíbe que a mesma ensine em culto público, por isso o trabalho e ofício do episcopado foram reservados para os homens (SPURGEON, [s.d.]). A autora Dusilek nos diz que não existe uma vocação especial para ser esposa de pastor, como acontece com algumas pessoas vocacionadas para exercer uma profissão. Deus chama o marido para ser pastor, mas a sua esposa ele chama para ser ajudante do seu marido, e assim ela estará auxiliando no ministério dele. Ser esposa de pastor não é exercer o ministério com o marido, é cuidar dele como sua esposa.

2.3 CHAMADA PARA AUXILIAR A IGREJA?

Muitas vezes ouvimos pastores falando que ele e a esposa exercem o ministério na igreja, será que esta afirmação está condizente com o que diz as Escrituras? O autor Silva, fala que jamais devemos esquecer que a mulher foi chamada para ser auxiliadora do seu marido e não da igreja, e que o pastorado é do homem. A esposa do pastor precisa ser vista como membro normal da igreja, e não como pastora auxiliar. (SILVA, 1997). Precisamos tomar cuidado para não acabarmos colocando a esposa do pastor como auxiliar do ministério dele, pois se assim o fizermos, não estaremos pensando diferente de autores que aceitam o ministério pastoral feminino. Entretanto, não podemos negar a influência que a esposa do pastor tem no ministério do marido. Apesar dela não ter um chamado especial para exercer o ministério junto com seu esposo, ela precisa ter uma visão voltada para o trabalho do Senhor. A razão é que, embora seja crente como todos os outros, ela precisa ser exemplo para todos os demais membros da igreja. Sua influência é muito forte na igreja, e é por isso que ela deve ter o desejo de ser uma serva na obra de Deus. Mas não é por isso que ela deva ser considerada co-pastora da igreja, uma vez que todo crente em Cristo precisa ser um servo na obra.

3      o papel da Esposa do Pastor


Quando tratamos sobre o papel da esposa do pastor, pensamos logo nas esposas de líderes da Bíblia, como Sara, Rebeca, Raquel, a mulher de José, a mulher de Moisés, a mulher de Pedro, entre outras. Percebemos que estas mulheres tiveram com certeza uma grande importância na vida destes homens de Deus, porém não vemos estas mulheres exercendo a liderança junto com seu esposo. Pelo contrário, vemos suas vidas sendo dedicadas à família. Trazendo esta realidade para a vida da igreja, será que o papel da esposa continua sendo o mesmo? Ou será que agora ela deve liderar juntamente com o seu marido? Como deve ser seu trabalho na igreja, tendo em vista que ela é esposa do pastor? Quanto aos seus dons?

3.1 os dons necessários

A esposa do pastor precisa trabalhar em todas as áreas da igreja? Precisa ocupar todos os cargos que não tenha ninguém para ocupá-los? Quantos dons são necessários para ela? Estas perguntas são muito importantes quando tratamos sobre o papel da esposa do pastor. De acordo com o texto de 1 Coríntios 12.7-11, o Espírito Santo concede os dons individualmente a cada membro do corpo de Cristo, como lhe apraz. A cada um Ele concede determinado dom, sendo assim, a esposa do pastor recebeu seu dom e precisa desempenhá-lo para a edificação da igreja. Ela não recebeu todos os dons, mas com isto não estamos querendo dizer que ela não precise ter a visão para a obra do Senhor. A esposa do pastor recebeu seu dom do Espírito Santo assim como qualquer crente, e precisa desempenhá-lo para a edificação da igreja. Ela não pode ter recebido todos os dons, pois ela é apenas um membro do corpo de Cristo, portanto os outros membros também receberam dons. Ela não deve se preocupar em trabalhar em todas as áreas da igreja porque é a esposa do pastor, pelo contrário deve desenvolver seu dom, como também cada membro em Cristo Jesus.

3.2 seu papel na igreja

Há muitas divergências quanto ao papel da esposa do pastor na igreja. Uns acreditam que ela precisa trabalhar junto com o marido em todas as áreas da igreja, outros dizem que ela não precisa fazer nada, pois não ganha para isto. Iremos analisar o papel desta mulher na igreja e definir algumas diretrizes para este papel. Todo crente em Cristo Jesus precisa entender a necessidade de trabalhar na obra de Deus, dedicando-se àquele que o salvou. A esposa do pastor, como crente em Cristo Jesus, trabalha na obra dEle com amor. A esposa do pastor, portanto, tem trabalho a cumprir na igreja como todos os crentes têm, porém não podemos negar que ela tem uma grande responsabilidade de ser um bom exemplo para os outros irmãos. Sendo assim, esta mulher precisa de grande maturidade emocional e espiritual para assumir as responsabilidades que serão requeridas dela, principalmente em ser um bom exemplo para todos (DUSILEK, 1996). A posição da autora Gomes também é muito boa, pois ela nem diz que a esposa do pastor tem que fazer tudo na igreja, nem que ela não tem obrigação de fazer nada. Ela também concorda que apesar de ter uma grande responsabilidade em ser exemplar, sua função na igreja não é fazer tudo, mas sim desenvolver o dom que lhe foi concedido.
A autora Kirk cita alguns serviços para a mulher cristã: Mordomia, oração, ensino, louvor, aconselhamento, beneficência, hospitalidade e evangelismo. Vemos que são áreas que a esposa do pastor não pode negligenciar, pois se assim o fizer, ela não estará fazendo seu papel como cristã. Ela tem muito trabalho para cumprir na igreja do Senhor, sabendo que outros membros serão influenciados pela sua dedicação ao serviço de Deus.

3.3 SUAS QUALIDADES

Já avaliamos o papel da esposa do pastor na igreja, e vimos que ela deve exercer o seu dom para o desempenho do serviço e edificação da igreja e vimos também várias áreas onde ela pode e deve atuar dentro da igreja. Assim como ela precisa ser exemplo no serviço, também precisa ser em sua vida cristã. Suas virtudes ou qualidades irão incentivar os outros irmãos. Em 1 Timóteo 3.11 diz: “Da mesma sorte, quanto a mulheres, é necessário que sejam elas respeitáveis, não maldizentes, temperantes e fiéis em tudo.” Este versículo está destinado para esposas de diáconos, mas também podemos utilizá-lo para a esposa do pastor.
Tratando sobre o versículo acima, MacArthur nos diz que o padrão para estas mulheres não é inferior ao padrão de seus esposos, pois são utilizadas as mesmas palavras tanto para os diáconos e bispos, quanto para elas. A primeira qualidade é a honestidade ou respeito, que quer dizer que a mulher deve ganhar o respeito dos outros por sua maturidade. A segunda qualidade é referente à sua língua, onde ele diz que ela não deve ser diabolous, ou seja, ela não deve usar sua língua para difamar os outros. A terceira qualidade é a sobriedade, nephalious, que implica em ser equilibrada, moderada e sensata. A quarta qualidade diz respeito à fidelidade, que deve acompanhar todos os seus relacionamentos (MACARTHUR, 2004).
Ainda a respeito deste versículo, encontramos as definições destas qualidades na monografia da autora Farias. Ela diz que a palavra grega para respeitável é semnos, que quer dizer ‘augusto, venerável, honrado, respeitável’. Portanto, ela deve ser uma mulher que pode ser venerada por seu caráter por ter uma vida reta e íntegra diante de Deus e dos homens. Ela não pode ser maldizente, ou seja, não pode usar sua língua para ferir outros, e isso ela só conseguirá se for totalmente controlada pelo Espírito Santo. A temperança diz respeito ao autocontrole, ou seja, ela precisa ter domínio próprio em todas as situações. A última qualidade encontrada neste versículo diz respeito à fidelidade. A palavra grega pistos quer dizer fiel, e uma pessoa fiel é alguém que é digno de confiança. A esposa do pastor precisa ser fiel em tudo, digna de confiança em todas as áreas, pois esta é uma ferramenta essencial para quem está casada com um pastor (FARIAS, 2007).
Gomes também concorda que as qualidades exigidas para as esposas de pastores não são inferiores às exigidas aos pastores. Ela aborda as qualidades exigidas para o pastor, trazendo-as também para as esposas dos mesmos, mostrando que quando casaram tornaram-se uma só carne, portanto ela também precisa revestir-se das mesmas qualidades que ele. A autora utiliza o texto de 1 Timóteo 3. 1-7.
Quanto à irrepreensibilidade, ela diz que não há como o marido ser irrepreensível se sua esposa não for; Marido de uma só mulher mostra a importância que ela tem no ministério dele, como única na sua vida; Vigilante, sóbrio, honesto e hospitaleiro diz respeito à esposa, principalmente na hospitalidade; Apto para ensinar requer estudo, e a esposa é responsável para fornecer um ambiente propício para o seu marido estudar; Não cobiçoso de torpe ganância e não avarento é algo que requer da esposa o contentamento com o que tem; Que governe bem a sua própria casa é algo que o marido precisa da mulher para fazer, ela tem que ser submissa e estar de acordo com a direção do marido; Que tenha bom testemunho dos de fora trata sobre a reputação do pastor. Este último implica em viver seguindo os padrões bíblicos, para que os outros não se escandalizem (GOMES, 1978).
Todas estas qualidades são essenciais para a esposa do pastor, pois ela precisa auxiliá-lo a ser um pastor aprovado. O contentamento é algo que todo cristão precisa ter, e a esposa do pastor que não está contente com seu sustento e com a igreja, pode arruinar o ministério do marido com reclamações. A outra qualidade que queremos destacar é a hospitalidade, requerida em Hebreus 13.2, onde diz que não podemos negligenciá-la. A casa do pastor deve ser um lugar acolhedor, e a sua esposa precisa ser hospitaleira, sabendo acolher os outros com amor, dando do que tem. Percebemos então que ser esposa de pastor requer uma vida com Deus, pois só assim ela conseguirá ser padrão.


4      As Prioridades da Esposa do Pastor


4.1 DEUS

Cremos que a primeira prioridade para todos os crentes deve ser sua vida com Deus. A esposa do pastor, antes de tudo, foi salva por Deus para ter comunhão com Ele. Seu compromisso primordial deve ser com Deus, fazendo o que lhe agrada para a glória Dele. Amar a Deus é essencial para todos os crentes, inclusive para a esposa do líder da igreja. Gomes diz que quando esta mulher prioriza Deus em sua vida, buscando conhecê-lo a cada dia mais através da sua Palavra, ela conseguirá discernir as outras prioridades (GOMES, 1978). Ela diz também que toda mulher cristã, que é filha de Deus, precisa ter sua vida centrada nEle. A esposa do pastor deve ter uma vida centrada em Cristo, buscando sempre agradá-lo em tudo. Entretanto, um problema que surge a este respeito é quando a igreja pensa que ela precisa fazer tudo na igreja para demonstrar seu compromisso com Deus. Vemos que esta não é a forma correta de demonstrar isto, e a autora Dusilek trata muito bem deste assunto, mostrando o que é compromisso com Deus e a diferença entre isto e ativismo. Ela diz que ter compromisso com Deus não é ter a agenda sempre cheia de atividades da igreja, que a levam a um verdadeiro esgotamento físico e mental. A esposa do pastor precisa ter uma vida íntima com Deus, procurando entender qual a vontade dEle para a sua vida. Antes de tudo, porém, ela sabe que seu papel como esposa e mãe é a tarefa primordial que Deus lhe concedeu, e não deve negligenciar isto. Ela deve buscar a cada dia crescer espiritualmente em comunhão com o seu Criador. Dusilek ainda nos diz que a esposa do pastor só conseguirá enfrentar as pressões ministeriais se tiver uma estrutura espiritual arraigada na graça de Deus. Ela precisa preocupar-se sempre com sua vida espiritual e sua intimidade com Deus por meio da oração.

4.2 MARIDO

Já mencionamos a importância que a mulher tem como auxiliadora do seu marido, e agora, queremos mostrar a necessidade que a esposa do pastor tem de priorizar sua vida matrimonial. Quando ela tiver que decidir entre algo que tem para fazer, mesmo que seja na obra do Senhor, mas isto irá atrapalhar o seu relacionamento conjugal, ela precisa escolher o seu relacionamento conjugal. Foi para isto que ela foi criada, para auxiliar seu marido e ser sua companheira. A mulher, como companheira do homem, deve procurar sempre cuidar do seu marido e ser totalmente dedicada às necessidades dele. Peace diz que dar-se ao marido é o dever da mulher, e ela deve fazer mais que isto, pois Lucas 17.10 diz que somos servos inúteis quando fazemos só o que nos é mandado. Por isto, ela não deve apenas cumprir o seu dever, mas precisa ser bondosa, acessível, transparente e honesta com ele (PEACE, 2008).
No casamento, a mulher jurou amar, respeitar e obedecer ao marido até que a morte os separasse. Em vista deste juramento, o marido sempre vem em primeiro lugar nos relacionamentos terrenos, e este comprometimento deve ser por toda a vida. Um dos grandes erros que a esposa do pastor pode cometer nesta área, bem como qualquer irmã, é priorizar mais seus filhos que seu marido. Estas mulheres precisam entender que para criar os filhos da maneira correta, é necessário um ambiente familiar onde reine a harmonia conjugal (GOMES, 1978).
A relação do pastor com a sua esposa é vista por todos, e por isto, precisa servir de exemplo. Muitos membros da igreja e até pessoas de fora precisam encontrar no relacionamento matrimonial do pastor um grande exemplo a ser seguido, pois eles precisam disto. A mulher precisa ajudar bastante para que seu casamento sempre ande em harmonia e bom testemunho. Dusilek nos diz que a esposa do pastor precisa sempre procurar cuidar do seu marido, pois o mesmo está constantemente à frente das coisas e precisa estar bem apresentado. Isto não se refere a dinheiro, pois o descaso com a aparência não é um problema financeiro, mas pessoal (DUSILEK, 1996).
Outra coisa muito importante é a vida íntima do casal, que jamais deve ser negligenciada. Nesta parte, mais uma vez a mulher exerce uma grande parcela de responsabilidade. Ela precisa reconhecer a necessidade que seu marido tem de uma vida íntima, e as pressões que ele enfrenta trabalhando diariamente com outras irmãs. Ele precisa do apoio da sua mulher e do seu carinho. Peace nos diz que devido os desejos sexuais do homem tenderem a ser mais intensos que o da mulher, ela não pode negligenciar esta área (PEACE, 2008). O pastor enfrenta muitas tentações ao trabalhar com mulheres, por isto suas necessidades sexuais precisam ser satisfeitas em casa.
Dusilek também diz que a esposa do pastor deve evitar ter ciúmes de seu marido, principalmente quando este ciúme for descontrolado, pois assim fazendo estará prejudicando o ministério do marido. Outra coisa muito importante que a esposa do pastor sempre precisa fazer é buscar estimular o seu marido por meio de elogios. Todo homem precisa ouvir elogios, e o pastor precisa que sua esposa o admire e diga sempre palavras que possam animá-lo na caminhada (DUSILEK, 1996).
A esposa cristã precisa procurar ser como a mulher virtuosa, que o coração do seu marido confiava plenamente nela (Provérbios 31.11). Champlin nos informa que a confiança do marido na sua mulher queria dizer que ela era fiel a ele sexualmente; Cumpria todos os seus deveres de esposa; suas ações demonstravam seu nobre caráter; era capaz de gerenciar a sua casa, e; sabia administrar as finanças sabiamente (CHAMPLIN, v. 4, 2001). A esposa do pastor então é alguém que entende suas obrigações de esposa, e procura fazer mais que isto. Ela é um verdadeiro refúgio para o pastor, que também precisa ser bem acolhido em casa.

4.3 FILHOS

Os filhos da esposa do pastor, bem como de qualquer mãe são muito importantes, pois eles são herança do Senhor para ela (Salmo 127.3), porém eles não devem vir antes do marido e nem depois de qualquer outra coisa. Também, dizer que eles vêm depois do marido não é que a mãe deva passar menos tempo com os filhos e mais com o marido. Pelo contrário, sabemos que a mãe sempre passa mais tempo com os filhos, pois o marido geralmente fica maior parte do dia fora de casa. Com o pastor não é diferente, pelo contrário, ele tem muito trabalho fora de casa e por isto a esposa sempre passa mais tempo com os filhos.
Kirk trata o papel de mãe como um ministério que é exercido vinte e quatro horas por dia, e requer o melhor que uma mulher possa oferecer (KIRK, 1981). Quando a mulher torna-se mãe, passa a ter que dispensar muito tempo no cuidado e educação dos filhos. Kirk também nos diz que a educação dos filhos é concedida a ambos os pais, porém a mulher deve exercer seu papel de ajudadora, esforçando-se para educar os filhos da melhor forma. Devido o marido passar muito tempo fora de casa, a mulher precisa preocupar-se com a educação cristã de seus filhos, ensinando a eles o temor do senhor. Os pais também devem preocupar-se em disciplinar seus filhos de maneira correta e ser um exemplo de vida digno a ser seguido pelos filhos (KIRK, 1981).
Os filhos do pastor recebem uma grande pressão para sempre serem perfeitos, e por isso muitas vezes acabam não suportando. Precisa ser entendido que por serem filhos do pastor não quer dizer que sejam sempre perfeitos, mas também não podem dar mau testemunho, uma vez que o pastor se tornará irrepreensível se isto ocorrer. Dusilek fala que é um grande privilégio para a esposa do pastor, cuidar dele e de seus filhos. Ela diz que a esposa de pastor que se preocupa tanto com os cargos que tem que exercer na igreja e esquece-se de cuidar de seus próprios filhos, não fez nada. (DUSILEK, 1996

4.4 Dona de casa

A palavra grega para dona de casa é: oikourgos, que quer dizer alguém que guarda a habitação ou cuida do lar (PEACE, 2008). Deus sempre quis que a mulher exercesse seu ministério como dona de casa. Tito 2.5 diz que não simplesmente uma pessoa que cuida da casa por cuidar, mas uma boa dona de casa. Quanto à mulher virtuosa de Provérbios 31.10-31, Peace diz que dos vinte e dois versículos deste trecho, nove são destinados ao trabalho da mulher no lar. Estes versículos são: Provérbios 31.13, 15-16, 18-19, 21-22, 24 e 27 (PEACE, 2008). Vemos por meio do trecho de Provérbios 31.10-31, que toda esposa precisa ser uma boa dona de casa, cuidando também em trabalhar fora se for necessário. A esposa do pastor então deve ser uma dona de casa exemplar, pois como já dissemos, a família do pastor é sempre vista pelos irmãos da igreja. O lar é o ambiente onde a esposa trabalha, preocupando-se em sempre mantê-lo preparado, principalmente o lar do pastor.

4.5 Trabalho fora

Este é um assunto muito contraditório, pois alguns acreditam que a esposa do pastor pode trabalhar fora, porém outros acham que ela não pode fazê-lo. Precisamos analisar quais as motivações que a levam a trabalhar fora. São motivações corretas ou erradas? Cremos que há casos em que ela realmente precisa trabalhar fora, e o faz em obediência à sua primordial tarefa de auxiliadora do marido. Nestes casos, o trabalho fora deve ser visto com prioridade. A esposa do pastor, entretanto, encontrará muitas críticas ao fazê-lo. A autora Peace não concorda que a esposa possa trabalhar fora, e percebemos esta sua posição porque ela sempre procura encontrar meio de mostrar que a mulher precisa ficar em casa. Quanto à necessidade financeira, ela diz que não é motivo para que a esposa exerça alguma atividade. Quando o marido requer que a esposa trabalhe fora, ela diz que a esposa precisa procurar provar para ele que estará pecando se trabalhar fora. Mas, se ele insistir, precisa obedecer. E, caso o marido fique impossibilitado ou chegue a falecer, a igreja é responsável por cuidar desta mulher, afim de que ela não precise trabalhar fora. Portanto, ela apresenta que a esposa do pastor só poderá trabalhar fora em última instância, pois seu dever é cuidar do lar (PEACE, 2008). Concordamos que a esposa deve procurar sempre ficar em casa, a fim de cuidar das suas tarefas domésticas, mas não que é errado ela trabalhar fora caso necessário. Dusilek tem uma posição diferente da de Peace. Ela diz que há muitas esposas de pastores que estudaram e possuem uma profissão, ou sabem exercer algum tipo de atividade remunerada. Se for necessário, elas podem trabalhar fora, como forma de exercer sua mordomia cristã. Ela diz que quando a esposa tem filhos pequenos precisa pensar muito antes de decidir isto, mas que não há um modelo fechado para isto. Pelo contrário, o casal precisa tomar esta decisão juntos, avaliando os pontos positivos e negativos (DUSILEK, 1996). Gomes também concorda que a mulher pode trabalhar fora, respeitando primeiramente sua condição de esposa. Ela diz que é errado quando alguns crentes pensam que a mulher que trabalha fora para ajudar a família é menos bíblica do que a que fica somente em casa, com suas tarefas domésticas (GOMES, 1978).
Vamos analisar agora as motivações que levam a esposa do pastor a exercer atividade remunerada. Peace trata sobre os motivos errados que levam a mulher a trabalhar fora, são estes: prestígio, desejo por bens materiais ou fuga de suas tarefas no lar. Todas estas são motivações egoístas, e se assim forem, será errado trabalhar fora (PEACE, 2008). Quanto ao desejo por bens materiais, Gomes fala que não é errado buscar o bem da sua família nesta área, mas é errado quando colocamos isto antes das pessoas. Principalmente a esposa do pastor, que precisa priorizar as necessidades de seu marido, auxiliando ele, para que o mesmo desempenhe um bom ministério (GOMES, 1978). Dusilek fala que outro motivo errado para a esposa buscar trabalhar fora, é fugir dos problemas advindos da atividade ministerial (DUSILEK, 1996). Todos estes motivos são errados, porém há muitos casos que levam a esposa do pastor a procurar auxiliar sua família com um trabalho fora, e não deve ser criticada por isso. Se houver necessidade realmente da esposa ajudar no orçamento não encontramos base bíblica que proíba. Pelo contrário, a mulher virtuosa adquiria propriedades, plantava vinhas e fazia roupas para vender (Provérbios 31.16,24). Sendo assim, a mulher pode trabalhar fora.

5      CONSIDERAÇÕES FINAIS


Chegando ao final desta pesquisa monográfica sobre o papel da esposa do pastor, percebemos que muitas indagações foram respondidas, por meio de diretrizes bíblicas. Entendemos também que não é fácil definirmos certas questões sobre o papel da esposa do pastor, quando a Bíblia não define. Buscando esclarecer a respeito do ministério da esposa do pastor, pesquisamos três áreas, foram elas: chamado, papel na igreja e prioridades. Percebemos que a primeira e a terceira áreas definem grande parte da segunda área, ou seja, o que entendemos sobre chamado da esposa do pastor e as prioridades que ela estabelece para si ajudarão definir o seu papel na igreja.
O ministério da esposa do pastor é ser auxiliar do seu marido, assim como qualquer outra mulher. Ela precisa basear seu papel em diretrizes bíblicas e não em posições de uma ou outra pessoa. Seu papel na igreja é o mesmo que encontramos para todos os crentes, mas ela precisa aceitar sua responsabilidade de ajudar seu esposo a ser qualificado para o ministério. Fazendo isso, estará sendo a mulher que Deus quer que ela seja.


REFERÊNCIAS


v  A BÍBLIA ANOTADA. Texto Bíblico: Versão Almeida, Revista e Atualizada, com introdução, esboço, referências laterais e notas por RYRIE, C. C. Tradução de Carlos Oswaldo Cardoso Pinto, - São Paulo: Mundo Cristão, 1994.
v  BARRIENTOS, Alberto. Trabalho Pastoral. Campinas, SP: Cristã Unida, 1991.
v  CHAMPLIN, R.N. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo. São Paulo: A Voz Bíblica, [s.d.]. v.1.
v  ______. O Novo Testamento Interpretado, versículo por versículo. São Paulo: A Voz Bíblica, [s.d.]. v.4.
v  ______. O Antigo Testamento Interpretado, versículo por versículo. São Paulo: Hagnos, 2001. v.4.
v  CRABTREE, A. R. A Doutrina Bíblica do Ministério. 2. ed. Rio de Janeiro: JUERP, 1981.
v  DOUGLAS, J. D. O Novo Dicionário da Bíblia. 2. ed. São Paulo: Vida Nova, 1995.
v  DUSILEK, N. G. Mulher sem Nome. São Paulo: Vida, 1996. 2ª imp.
v  FARIAS, Wiarlla N. S. Monografia: A Teologia Bíblica Sobre o Papel da Mulher na Igreja. Natal, RN: SIBB, 2007.
v  GOMES, Elizabeth S. C. A Esposa. São Paulo: Refúgio Gráfica e Editora LTDA, 1978.
v  GRUDEM, W. Teologia Sistemática. São Paulo: Vida Nova, 1999.
v  HAAN, Richard, W. D. Como fazer de sua casa um lar. São Paulo: IBR, 1994.
v  HIEBERT, D. E. A Primeira Epístola a Timóteo. São Paulo: EBR, 2000.
v  MORRIS, L. I Coríntios – Introdução e Comentário. São Paulo: Mundo Cristão, 1981.
v  MACARTHUR, J. Jr. Ministério Pastoral. Rio de Janeiro: CPAD, 2004.
v  KIRK, M. C. Mulher Cristã - Desafio de Hoje. Rio de Janeiro: Publicação da União Feminina Missionária Batista do Brasil, 1981.
v  PEACE, MARTHA. Esposa Excelente. São José dos Campos, SP: Fiel, 2008.
v  SILVA, K. De Pastor a Pastor. São Paulo: 2. ed. Vida, 1997.
v  SILVA, Laucinéia R. Monografia: A Esposa do Pastor. Natal, RN: SIBB, 1990.
v  SPURGEON, C. H. O Chamado para o Ministério. São Paulo: Publicações Evangélicas Selecionadas. [s.d.].

segunda-feira, 9 de abril de 2012

Ensinando Para Transformar Vidas

RESUMO: HENDRICKS, H. Ensinando Para Transformar Vidas. Betânia; Belo Horizonte, MG. 1991.


            Lecionar é algo que exige muito esforço do educando. É necessário que o mesmo esteja atento às leis do ensino. A lei do Professor diz que é necessário ter muito conhecimento sobre o assunto que se deseja ensinar, dominar o conteúdo deve ser a meta do professor. Se ele pára de crescer, vai dar águas paradas para seus alunos, entretanto, o professor que estuda, tem a oportunidade de dar águas correntes de um rio. Nunca se deve escolher um professor da EBD que não corresponda às exigências pedidas para ser um bom professor, e a principal exigência é uma vida transformada. A única forma para estarmos sempre melhorando nosso desempenho como professor, é nunca estarmos satisfeitos com o nosso trabalho, sempre se perguntando como melhorarmos.
            A lei do Ensino diz-nos que a função do professor não é levar o conhecimento, e sim estimular o aluno a buscá-lo, para tanto, a maneira como os alunos aprendem deve ser o fator determinante para a forma como o professor vai ensinar. O aluno só aprende quando ele faz por si mesmo, em face ao ensino do professor. Levar o aluno a pensar não é tarefa fácil, mas é uma tarefa do professor. Ainda é necessário que ele reproduza esse aprendizado pelo resto de sua vida.
            Os conhecimentos de nossa mente não são sólidos para serem transferidos para outra mente, e portanto, as experiências devem ser revividas pela outra pessoa. Isso é o que chamamos de Lei da Atividade. Para aprender, o aluno precisa praticar, envolver-se. Não se obtém o máximo de aprendizagem sem o máximo de envolvimento. O aluno precisa receber atividades que forneçam orientação, sem imposição e que sejam práticas. Devem ser atividades que tenham objetivos definidos, que tenham o porquê de estarem sendo pedidas e tragam problemas a serem solucionados de modo que os alunos precisem pensar para responder.
            Essencial no processo do ensino é a comunicação. A lei da Comunicação informa-nos que o professor precisa estabelecer pontes de ligação entre ele e seus alunos, na esfera do pensamento, do sentimento e da ação. Preciso transmitir o que sei, o que sinto e o que faço de forma que os alunos pensem, sintam e façam o mesmo que eu. O professor precisa despertar a mente do aluno através do seu exemplo e da sua simpatia pessoal. Precisa fornecer-lhe lições objetivas para os sentidos e fatos para a inteligência.
            Mente não ensina coração, essa é a Lei do Coração. A única via que o conhecimento pode ser transmitido de forma que transforme vidas é pela via do coração. O caráter do professor gera confiança na vida do aluno, sua afetividade motiva o desejo do aluno de aprender, o professor também precisa transmitir o conteúdo corretamente. É muito importante que o professor demonstre amor pelos seus alunos, assim ele estará conquistando o direito de ser ouvido. Portanto, o ensino impactante é o que passa de um coração para outro.
            Motivar os alunos é muito importante para uma boa aprendizagem. A lei da Motivação diz-nos que não devemos motivar nossos alunos comprando-os, culpando-os ou enganando-os. Pelo contrário, antes de cobrar, o professor deve ensinar, e após ensinar é necessário expor os erros de seus alunos. Motivar os alunos é fazer com que eles, ao assistirem suas aulas, sintam-se beneficiários de um testamento. Não é possível motivar ninguém se não estiver motivado. A mente humana precisa ser ativada por motivações, sem isso, ela não ouvirá nem verá nada.
            Ensinar exige preparação prévia, pois sem isso não é possível a transmissão de uma mensagem. A lei da Preparação Prévia consiste em preparar a mente do aluno para a aula, isso através de uma tarefa de casa. O dever de casa funciona como um ponto de partida para a aula, bem como um pré-aquecimento da mente do aluno. Para uma tarefa ser boa, ela precisa: Ser objetiva, exeqüível e imprevisível. Durante a aula, é necessário que o aluno faça anotações, isso fixa o conteúdo. A eficiência no ensino deve iniciar no preparo tanto do professor, quanto do aluno.

AUTORIA: Ana Talita Brito de Medeiros Farias

Um jovem aprendiz de Paulo: TIMÓTEO

1. Introdução

A biografia do jovem Timóteo constitui uma verdadeira fonte de ensino para todo aquele que tiver o desejo de servir a Deus em uma área específica, obedecendo assim um chamado de Deus. Este trabalho pretende ampliar os conhecimentos a respeito desse jovem missionário, estudando um pouco sobre a sua infância, sua conversão, seu chamado para acompanhar Paulo a partir da 2ª viagem missionária, e principalmente o seu ministério prático nas igrejas, vendo um pouco das barreiras que esse jovem teve de enfrentar para ser bem sucedido em seu ministério, e mostrando os conselhos que ele recebeu para o seu trabalho, como ele obedeceu a esses conselhos, e pôde ser chamado pelo apóstolo Paulo de fiel colaborador pronto a obedecer qualquer chamado. Esse jovem aprendeu a vencer a timidez para que pudesse desempenhar o seu papel da melhor forma, mostrando-nos que Deus é capaz de modificar qualquer situação para que a sua obra seja completa.   


2. A vida do jovem Timóteo

2.1. Infância

Timóteo era filho de uma mulher judia, chamada Eunice, mas seu pai era Grego (GARDNER, 1999,  pg 640).   De acordo com Atos 16: 1-2, ele nasceu provavelmente em  Listra, na Licaônia, onde o apóstolo Paulo o encontrou pela primeira vez (BUCKLAND, 1981, pg 428), também o seu nome na referência citada de Atos, aparece em maior proximidade com o nome de Listra (CHAMPLIN, 1991 pg 553). Sua mãe é evidentemente a principal responsável por instruí-lo nas Sagradas Escrituras (DOUGLAS, 2003, pg 1616), bem como nas leis judaicas, visto que ela era judia piedosa, e o seu pai não poderia ser seu mestre uma vez que ele era gentio. Entretanto ele só fora circuncidado por Paulo já na sua juventude (Atos 16:3). Aprendemos em 2 Timóteo 1:5, que ele foi ensinado nas Sagradas Escrituras por sua avó Lóide e sua mãe Eunice, mas segundo o comentário de Davidson, devemos entender este versículo como Timóteo tendo sido ensinado a respeito do Velho Testamento e da lei judaica e não da fé salvadora em Cristo, uma vez que suas mestras só se converteram na primeira viagem missionária de Paulo, mostrando assim que na infância de Timóteo elas ainda não eram crentes, ou seja, não possuíam Jesus como Salvador, não sendo assim cristãs, mas mesmo assim foi muito importante o ensinamento das duas, pois com isso Timóteo aprendeu desde pequeno a servir e adorar a Deus com sinceridade consciente (DAVIDSON, 1976, pg 1324 e 1325). Vemos, portanto, que apesar dele ser filho de um casamento misto “judeu com gentio” ele foi privilegiado em desde pequeno conhecer as Escrituras e apesar de não ter sido circuncidado na infância, ele era um judeu piedoso, é possível que ele não fora circuncidado porque o seu pai “chefe do lar” era gentio e não seguia esta lei judaica da circuncisão, entretanto, não podemos provar isto uma vez que os comentaristas do trabalho nada comentam sobre o assunto.

2.2. Vida cristã inicial

Timóteo, apesar de conhecer as Escrituras, não era convertido ao cristianismo. É provável que ele tenha se convertido mais ou menos aos treze anos de idade (CHAMPLIN, 1991, pg 552) na primeira viagem missionária de Paulo, pois nesta viagem Paulo passou em Listra, e em 2 Timóteo 3:11, Paulo afirma que Timóteo foi testemunha ocular de suas perseguições em Listra. Também sabemos que na segunda viagem missionária de Paulo, sua mãe já era crente e Timóteo também (DOUGLAS, 2003, pg 1616). Entre a conversão de Timóteo na primeira viagem de Paulo até a segunda viagem em que Paulo passou novamente em Listra, já havia passado cerca e seis anos, portanto Timóteo já era um jovem de aproximadamente 18 a 20 anos (CHAMPLIN, 1991, pg 552), e, neste período de tempo, Timóteo crescera sobremodo na fé cristã, pois em Atos 16:1-2, vemos que ele era estimado por seus irmãos na fé, tanto em Listra, quanto em Licaônia (DOUGLAS, 2003, pg 1616). Sabemos que ele fora instruído desde cedo na lei judaica, entretanto ele só foi circuncidado por Paulo na segunda viagem missionária conforme Atos 16:3 nos descreve (CHAMPLIN, 1991, pg 553). Após seu testemunho de fé verdadeira entre os irmãos, e após ter sido circuncidado, ele estava preparado para seguir Paulo em suas viagens missionárias e assim ele o fez seguindo Paulo e confirmando a fé dos irmãos que Paulo havia deixado nas igrejas que fundara na primeira viagem. A partir daí Timóteo passou a ser cooperador de Paulo. Vemos em 1 Timóteo 4:14, que no início de sua fase adulta, quando ele estava no ministério, que ele possuía habilidade para pregar e, Champlin diz que ele tinha o dom profético (CHAMPLIN, 1991, pg 553). A vida cristã de Timóteo iniciou em sua adolescência, e a partir daí ele foi crescendo espiritualmente, aproveitando muito bem sua adolescência no serviço a Deus em sua igreja local, na cidade de Listra, de tal forma empenhado no serviço que todos os irmãos davam bom testemunho de sua fé, até que na sua juventude já estava preparado para ser um missionário juntamente com o apóstolo Paulo. Sua firmeza inicial foi muito importante para que Paulo o escolhesse para o ministério.

3. O fiel colaborador de Paulo.

3.1. Sua chamada para missão.

 No início da segunda viagem missionária de Paulo, houve separação entre o Apóstolo e Barnabé, conforme descrito em Atos 15:37-39, por causa de João Marcos (BUCKLAND, 1981, pg 428-429), pois Paulo não achava justo leva-lo nesta viagem, visto que ele os abandonara a algum tempo atrás.
 Antes de partir de Antioquia para a segunda viagem, Paulo escolheu Silas para substituir Barnabé (DOUGLAS, 2003, pg 1616) e ambos seguiram viagem até chegarem a Listra, onde Paulo reencontrou Timóteo (At. 16:1), o qual anteriormente, em sua primeira viagem lhe pregara o evangelho e fora seu pai na fé. Paulo decidiu adicioná-lo ao grupo, em substituição a João Marcos (DOUGLAS, 2003, pg 1616), pois sabia que o mesmo tinha capacidade para colaborar em lideranças de igrejas emergentes (GARDNER, 1989, pg 641). Porém, outros fatores ajudaram nesta escolha, pois depois Paulo refere-se a declarações proféticas que confirmavam Timóteo ser separado para a obra pela imposição de mãos dos anciões e de Paulo conforme 1 Timóteo 4:14, (DOUGLAS, 2003, pg 1616). Champlin diz que Paulo precisava de um outro assistente, pois sua missão era difícil e ele não era auto-suficiente, assim como ninguém o é (CHAMPLIN, 1991, pg 553).
Timóteo seguiu Paulo e Silas e tornou-se um colaborador tão fiel que ele é o companheiro de Paulo mais recomendado pelo Apóstolo: 1 Coríntios 16:12, Filipenses 2:19 e 2 Timóteo 3:10, (CHAMPLIN, 1991, pg 553). Em Romanos 16:21, Paulo diz que Timóteo é um fiel colaborador. Na saudação aos Filipenses, associou-o consigo mesmo e, na carta aos Coríntios 16:10 e 11, os instruiu a não desprezarem Timóteo, pois o mesmo fazia a obra de Cristo da mesma forma que Paulo (GARDNER, 1999, pg 641).

3.2. Seu Ministério

Timóteo trabalhou com Paulo e Silas, visitando as Igrejas fundadas na primeira viagem de Paulo, pregando em cidades da Macedônia como: Filipos, Tessalônica e Beréia de acordo com 2 Coríntios 1:19, com o intuito de chegar até a Europa (GARDNER, 1999  pg  640). Permaneceu um tempo em Beréia “Atos 17:13-14”, enquanto Paulo seguiu para Atenas (BUCKLAND, 1981, pg 429). Após um tempo Paulo desceu a Corinto e Timóteo e Silas foram encontrá-lo lá (GARDNER, 1999 pg 640). Buckland diz que Timóteo foi encontrar Paulo em Atenas primeiramente e não em Corinto (BUCKLAND, 1981, pg 429), mas é evidente que Timóteo encontrou Paulo em Atenas, pois foi enviado de lá para fortalecer os irmãos de Tessalônica (1 Tessalonicenses 3) (GARDNER, 1999  pg 641), sendo esta sua primeira missão (DOUGLAS, 2003, pg 1616), ajudando na fundação desta igreja “Atos 17:14” (BUCKLAND, 1981, pg 429), tendo sido enviado com o propósito de fortalecer os irmãos Tessalonicenses em meio ás perseguições (GARDNER, 1999  pg 641), trazendo notícias boas para o seu mestre que se encontrava em Corinto (BUCKLAND, 1981, pg 429). Após esta missão, o vemos junto com Paulo em Éfeso “Atos 19:22”, de onde foi enviado junto com Erasto para a Macedônia e em seguida para Corinto (CHAMPLIN, 1991 pg 553), com uma missão especial (BUCKLAND, 1981, pg 429), como embaixador de seu mestre a fim de corrigir alguns erros na igreja de Corinto, entretanto não foi bem sucedido, devido à sua extrema timidez (DOUGLAS, 2003, pg 1616), por isso Tito foi enviado, tornando-se provavelmente o delegado apostólico de Corinto (CHAMPLIN, 1991 pg 553). Douglas afirma que Timóteo acompanhou Paulo em outra visita à Corinto “Rm 16:21”, depois da missão de Timóteo, pois seu nome aparece numa saudação aos Romanos, carta que o apóstolo Paulo escreveu de Corinto (DOUGLAS, 2003,  pg 1616). Acompanhou Paulo à Ásia “Atos 20:4”, não sabemos se foi com Paulo até Roma, mas sabemos que foi encontrá-lo lá e em seguida enviado a Filipos “Fp 2:19” (BUCKLAND, pg 429). Champlin diz que Timóteo seguiu Paulo à Jerusalém levando a coleta para os santos “Atos 20:4-5”, e acompanhou Paulo até Roma, indo depois a Efeso para cuidar da questão dos falsos mestres, e para realizar outras funções, é por isso que podemos classificá-lo como bispo de Éfeso (CHAMPLIN, 1991, pg 553).
Na última prisão de Paulo, quando este estava às vésperas do julgamento que o condenaria à morte, temendo não ver Timóteo novamente, escreveu as Cartas a Timóteo, pedindo que o mesmo fosse vê-lo depressa (DOUGLAS, 2003, pg 1617), porém não sabemos se Timóteo chegou a vê-lo antes da execução de Paulo, pois em Hebreus fala da saída de Timóteo da prisão, mas não sabemos a data, entretanto a tradição eclesiástica acredita que Timóteo foi o primeiro bispo de Éfeso morrendo ali martirizado no mesmo período que João estava exilado na Ilha de Patmos (BUCKLAND, 1981, pg 429).
Devido à elevada dedicação de Timóteo no ministério, Paulo o encarregou de diversas missões especiais, pois confiava no jovem Timóteo (CHAMPLIN, 1991, pg 553).
 4. Timóteo: Honrado por Deus

4.1. Seu nome na Bíblia.

Timóteo foi um grande servo de Deus e por isso foi honrado com o seu nome tendo sido escrito nas Escrituras diversas vezes. No grego “Timótheos” significa “honrado por Deus”. Este significado é bem expresso quando vemos que seu nome foi escrito vinte e quatro vezes no Novo Testamento: Atos 16:1; 17:14, 15; 18:5; 19:22; 20:4; Romanos 16:21; 1 Coríntios 4:17; 16:10; 2 Coríntios 1:1,19; Filipenses 1:1; 2:19; Colocensses 1:1; 1 Tessalonicenses 1:1; 3:2, 6; 2 Tessalonicenses 1:1; 1 Timóteo 1:2, 18; 6:20; 2 Timóteo 1:2; Filemon 1e Hebreus 13:23.Vemos, portanto que seu nome aparece em todas as Espítolas Paulinas, não aparecendo apenas em Gálatas. Esse fato pode ser explicado pelo fato de Timóteo ser um dos mais constantes e  fiéis companheiro de Paulo, ajudando o Apóstolo desde a segunda viagem missionária, obedecendo sempre aos pedidos missionários que o Apóstolo Paulo lhe fazia. Nas Epístolas Paulinas ele é constantemente chamado de “irmão”: 2 Coríntios: 1:1 , Colocensses 1:1: 1 Tessalonicenses 3:2 e Filemon 1, e em Filipenses 1:1 ele é chamado de “servo de Cristo”, mostrando assim a lealdade desse jovem companheiro (CHAMPLIN, 1991, pg 552 e 553).

4.2. Características pessoais e espirituais

O jovem Timóteo sempre foi muito dedicado à obra de Deus, sabemos, todavia que ele era um ser humano, e como tal possuía virtudes e defeitos. Vemos nas Escrituras que as suas fraquezas são tão evidentes quanto as suas virtudes (DOUGLAS, 2003, pg 1616).
Dava exemplo de fidelidade a Deus desde a sua juventude, “Atos 16:2”, e, na fase adulta, durante seu ministério, demonstrou grande habilidade como pregador além de possuir o dom profético “2 Timóteo 4:14” (CHAMPLIN, 1991, pg 553).
O Apóstolo Paulo acreditava no potencial que Timóteo tinha para servir em qualquer igreja, pois tinha plena confiança no seu histórico como obreiro cristão “Fp 2:22” (GARDNER, 1999, pg 641). Portanto, ele foi o companheiro de Paulo mais calorosamente recomendado por motivo de fidelidade. Em 2 Timóteo 1:4, diz que ele era um homem afetuoso (DOUGLAS, 2003, pg 1616).
A característica pessoal que mais lhe incomodou no seu ministério foi a timidez. Em 1 Coríntios 16:10,11, Pulo pede que os coríntios não o desprezem e o deixem à vontade, e sabemos que o ministério de Timóteo ali na cidade de Corinto não foi bem sucedido (DOUGLAS, 2003, pg 1616).
Ele não tinha uma boa saúde, sofria de algumas enfermidades, uma delas sendo problemas estomacais, pois em 1 Timóteo 5:23, Paulo o aconselha a exercitar-se e a tomar outras precauções necessárias (GARDNER, 1999, pg 642). 

5. Conselhos paulinos a Timóteo

5.1. Conselhos práticos para sua vida pessoal e ministerial.

Nas Cartas a Timóteo escritas por Paulo, encontramos muitos conselhos que o Apóstolo deixou para Timóteo exercer em sua vida, a fim de ter um ministério verdadeiro para com Deus, e, com certeza é útil para nós hoje.
Em 1 Timóteo 4: 7 Paulo diz a Timóteo que o relacionamento pessoal dele com Deus, era tão importante para sua vida quanto para o seu ministério, tendo assim uma vida de piedade para com Deus. Apesar de sua juventude ele deveria servir a Deus de tal forma a ninguém encontrar falta nele “1 Tm 4:12”, e ser um líder exemplar, usando seus  dons para o progresso da Igreja (GARDNER, 1999, pg 642), antes de tudo porém, em 1 Timóteo 2: 1, vemos que é muito importante a prática da oração por todos os homens (DAVIDSON, 1976, pg 1315).
Como representante de Paulo em éfeso, ele deveria apresentar uma “sã doutrina” , a fim de derrubar os falsos mestres que se haviam levantado na Igreja, ele deveria também experimentar a graça renovadora de Deus.
A herança cristã que Paulo falou em 2 Tm 1:5  era um encorajamento pessoal muito importante para uma pessoa insegura como Timóteo, devido à sua timidez.
Em  2 Tm 1:6, Paulo convida Timóteo a ser determinado no sofrer e no sacrificar-se, unindo-se ao Apóstolo em sua confiança no poder de Deus “2 Tm 1:8”.
O ministério de Timóteo era desafiador, pois além de ter que vencer os falsos mestres, enfrentava tentações do materialismo e do secularismo “2 Tm 3:1-5”, e teria de vencê-los através de uma guerra espiritual, evitando os “laços do diabo 2 Tm 2:26” (GARDNER, 1999, pg 643).
Vemos em 1 Timóteo 6:11-16 uma exortação a que timóteo se mantenha fiel à sua vocação, mantenha-se fiel na luta até o fim da carreira, a fim de ganhar o prêmio pelas mãos do próprio Deus (DAVIDSON, 1976, pg 1323).
Através destes conselhos, esperava-se que Timóteo fosse fiel à tradição cristã, e, sabemos que ele foi. Devemos seguir o exemplo desse jovem líder que serviu a Deus a ponto de ser honrado nas Escrituras (GARDNER, 1999, pg 643).


6. Conclusão

O jovem Timóteo sempre foi dedicado à obra de Deus, deixando-nos um grande exemplo de dedicação e fidelidade para com o chamado de Deus. Ele foi um fiel colaborador do Apóstolo Paulo, trabalhando na edificação das igrejas fundadas pelo Apóstolo na 1ª viagem missionária. Sempre obedecia ao chamado de Deus para ir a qualquer igreja que necessitasse de um líder fiel à sã doutrina. Entregou-se totalmente ao trabalho missionário, a ponto de também ser preso assim como o Apóstolo Paulo o foi várias vezes, mas sempre sem desanimar. Teve de vencer a timidez, problema que ás vezes pode frustrar qualquer ministério, enfim, tem grandes exemplos para quem deseja servir a Deus na obra missionária, no episcopado, na área de educação cristã, e em várias áreas de ministério. Para ser bem sucedido no chamado de Deus é necessário vencer o medo, a timidez, e acima de tudo, ser fiel na obra, sempre lembrando que o nosso trabalho não é para os homens, e sim para Deus que recompensará a cada um conforme as obras. Mãos à obra e firmeza na Palavra de Deus, assim seremos sucedidos em qualquer ministério que Deus designar.


7. Bibliografia

ALMEIDA, João Ferreira de. A Bíblia Sagrada.Edição Corrigida e Revisada. SBTB. São Paulo; 2002.
BUCKLAND, A.R. Dicionário Bíblico Universal. Editora vida. Miami, Flórida 33167- EUA; 1981.
CHAMPLIN, R. N. Enciclopédia de Bíblia Teologia e Filosofia.Candeia. São Paulo; 1991.
DAVIDSON, F. O Novo Comentário da Bíblia. Vida Nova. São Paulo; 1976.
DOUGLAS, J.D. O Novo Dicionário da Bíblia.Vida Nova.São Paulo; 2003.
RYRIE, C.C. A Bíblia Anotada. Mundo Cristão. São Paulo; 1995.

Autoria: Ana Talita Brito de Medeiros Farias

Hebraico


VERBOS

Os verbos em hebraico normalmente têm uma raiz de 3 consoantes e isto sem contar as vogais, mais está é a forma básica do verbo.
No hebraico, o nome do verbo será a sua forma conjugada na terceira pessoa do masculino, no passado: le-q= (catale), que significa “ele matou” seria o nome do verbo. Enquanto que no nosso idioma é a forma do infinitivo, por exemplo: verbo matar, andar, etc...
Os verbos são importantíssimos na gramática hebraica, pois nos auxiliam nas frases e nos dão uma base para formarmos um texto com contexto. Os verbos estão divididos da seguinte forma:


Grau simples
Grau intensivo
Grau causativo
Voz Ativa
Qal
Piel
Hifil
Voz Passiva
Nifal
Pual
Hofal
Voz Reflexiva

Hithpael


Passaremos a observar os graus e as vozes
Grau simples: ele matou
Grau intensivo: ele matou hediondamente
Grau causativo: ele foi obrigado a matar

Voz Ativa: ele matou – a que comete a ação
Voz Passiva: ele foi morto – a que sofre a ação
Voz Reflexiva: ele se matou – a que comete a ação para si mesmo

Temos também de lembrar-se da ação do verbo, que é a ideia de tempo do verbo, pois se a ação é considerada realizada, o verbo aparece no completo, também chamado de perfeito. Mas, se a ação for considerada em realização ou a ser realizado futuramente, o verbo aparece no incompleto.
Nosso estudo a partir deste ponto será feito apenas no completo, através das observações dos Graus. O primeiro grau a ser tratado é o simples, onde temos o Qal e o Nifal. O segundo é o Grau intensivo, onde encontramos mais três casos, o Piel, o Pual e o Hithpael. E os dois últimos casos, o Hifil e o Hofal, se encontram no Grau causativo.

Grau Simples

 1.   Qal

É a forma básica para as demais declinações dos verbos em hebraico. E ele é considerado completo, pois exprime uma ação já realizada, como é o caso do pretérito no português. Por exemplo, “Giraya matou uma mosca”. No entanto pode aparecer no pretérito imperfeito, ou no futuro do presente ou do pretérito, e no subjuntivo. Vejamos sua declinação utilizando o verbo matar

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe-q=
Matei
Nós (comum)
VnlRe-q=
Matamos
Tu (masculino)
t<=lRe-q=
Mataste
Vós (masculino)
MtE<lRe-q$$
Matastes
Tu (feminino)
t<RlRe-q=
Mataste
Vós (feminino)
NtE<lRe-q$$
Matastes
Ele

le-q=
Matou
Eles
Vle$q=
Mataram
Ela

hl=e-q=
Matou
Elas
Vle$q=
Mataram


2.   Nifal

É a forma do passivo simples de Qal, mas às vezes pode ter um sentido reflexivo. O que o distingue do Qal é o prefixo n!.  Em quanto no Qal dizia “Giraya matou uma mosca”, no Nifal diz “Giraya foi morto por uma mosca”. Isto afirma que ele também é um verbo completo e que demonstra uma ação realizada, neste caso realizado contra a pessoa do verbo. Vejamos o quadro a seguir:

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe-q$n!
Eu fui morto
Nós (comum)
VnlRe-q$n!
Nós fomos mortos
Tu (masculino)
t<=lRe-q$n!
Tu foste morto
Vós (masculino)
MtE<lRe-q$n!
Vós fostes mortos
Tu (feminino)
t<RlRe-q$n!
Tu foste morta
Vós (feminino)
NtE<lRe-q$n!
Vós fostes mortas
Ele

le-q$n!
Ele foi morto
Eles
Vle$q$n!
Eles foram mortos
Ela

hl=e-q$n!
Ela foi morta
Elas
Vle$q$n!
Elas foram mortas

Grau Intensivo
 1.   Piel

É a voz intensiva ativa do Qal, sendo assim no completo. Enquanto no Qal se dizia que “o homem matou”, no Piel se diz que “o homem assassinou”. O grau já deixa bem claro a extensão da ação. Uma coisa que podemos observar que sua principal característica é o prefixo   <aQ (o alefe é apenas uma incógnita em todos os exemplos a seguir). Observemos:

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe<-q!
Assassinei
Nós (comum)
VnlRe<-q!
Assassinamos
Tu (masculino)
t<=lRe-<q!
Assassinaste
Vós (masculino)
MtE<lRe<-q!
Assassinastes
Tu (feminino)
t<RlRe<-q!
Assassinaste
Vós (feminino)
NtE<lRe-<q!
Assassinastes
Ele

le-<q!
Assassinou
Eles
Vle$<q!
Assassinaram
Ela

hl=e<-q!
Assassinou
Elas
Vle$<q!
Assassinaram


2.   Pual

É a voz passiva e intensiva do Piel, da mesma forma que o Nifal é para o Qal. Enquanto no Piel se dizia que “o homem assassinou”, no Pual se diz que “o homem foi assassinado”. Sua marca é   <aT no início da palavra. Vejamos sua declinação:

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe<-q%
Eu fui assassinado
Nós (comum)
VnlRe<-q%
Nós fomos assassinados
Tu (masculino)
t<=lRe-<q%
Tu foste assassinado
Vós (masculino)
MtE<lRe<-q%
Vós fostes assassinados
Tu (feminino)
t<RlRe<-q%
Tu foste assassinada
Vós (feminino)
NtE<lRe-<q%
Vós fostes assassinadas
Ele

le-<q%
Ele foi assassinado
Eles
Vle$<q%
Eles foram assassinados
Ela

hl=e<-q%
Ela foi assassinada
Elas
Vle$<q%
Elas foram assassinadas

   

3.   Hithpael


É a voz reflexiva e intensiva do Piel. Enquanto voz reflexiva, o sujeito tanto pratica como sofre a ação. Em português é o caso da frase “Eduardo suicidou-se”. Assim, enquanto no Piel se dizia que “o homem assassinou”, no Hitpael se diz que “o homem estrangulou-se ou suicidou-se” – ou seja, demonstra que o homem cometeu um crime muito bárbaro contra si mesmo. A sua identificação no completo é o adjacente anterior tRhQ que se localiza antes da raiz do verbo. Contemplemos o quadro abaixo:

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe-q_tRhQ
Eu suicidei-me
Nós (comum)
VnlRe-q_tRhQ
Nós nos suicidamos
Tu (masculino)
t<=lRe-q_tRhQ
Tu suicidaste
Vós (masculino)
MtE<lRe-q_tRhQ
Vós suicidastes
Tu (feminino)
t<RlRe-q_tRhQ
Tu suicidaste
Vós (feminino)
NtE<lRe-q_tRhQ
Vós suicidastes
Ele

le-q_tRhQ
Ele suicidou-se
Eles
Vle$q_tRhQ
Eles suicidaram-se
Ela

hl=e-q_tRhQ
Ela suicidou-se 
Elas
Vle$q_tRhQ
Elas suicidaram-se


Grau causativo


1.   Hifil

É uma voz causativa ativa. A voz causativa ocorre quanto o sujeito da frase pratica uma ação mandada por outra pessoa, implícita no discurso. Por exemplo, “O homem fez matar o cachorro”. Sua identificação é o prefixo hQ. Vejamos como é empregado:

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe-q$hQ
Eu fiz matar
Nós (comum)
VnlRe-q$hQ
Nós fizemos matar
Tu (masculino)
t<=lRe-q$hQ
Tu fizeste matar
Vós (masculino)
MtE<lRe-q$hQ
Vós fizestes matar
Tu (feminino)
t<RlRe-q$hQ
Tu fizeste matar
Vós (feminino)
NtE<lRe-q$hQ
Vós fizestes matar
Ele

lyeQq$hQ
Ele fez matar
Eles
Vle$q$hQ
Eles fizeram matar
Ela

hl=yeQq$hQ
Ela fez matar
Elas
Vle$q$hQ
Elas fizeram matar


2.   Hofal

É a voz passiva do Hifil. No Hifil se dizia “O homem fez matar o cachorro”, no Hophal se diz que “O homem foi morto por outro, devido ao cachorro”. A característica da voz passiva do causativo é o prefixo h+. Observemos o quadro:

Singular
Hebraico
Tradução
Plural
Hebraico
Tradução
Eu (comum)
ytQ<lRe-q$h+
Eu fui morto
Nós (comum)
VnlRe-q$h+
Nós fomos mortos
Tu (masculino)
t<=lRe-q$h+
Tu foste morto
Vós (masculino)
MtE<lRe-q$h+
Vós fostes mortos
Tu (feminino)
t<RlRe-q$h+
Tu foste morta
Vós (feminino)
NtE<lRe-q$h+
Vós fostes mortas
Ele

le-q$h+
Ele foi morto
Eles
Vle$q$h+
Eles foram mortos
Ela

hl=e-q$h+
Ela foi morta
Elas
Vle$q$h+
Elas foram mortas


Obrigado pelo ensino Pr. Rubens, pois foi através do seu esmero que nós alcançamos alguma noção do hebraico. Que Deus te abençoe e te ajude a crescer na graça e no conhecimento dEle.